sexta-feira, 25 de maio de 2007

Anos 60

Os gloriosos anos 60

A fusão da arte, música, moda e design, foram a grande conquista dos anos 60:

Todas essas formas de criação foram alteradas e colocadas de maneira coerente.

Muita novidade e ousadia foi apresentada numa única geração.

Em 1960 eu ia fazer 11 anos, esta idade numa rapariga é prodigiosa, permite-nos ver e viver intensamente o que se passa à nossa volta, tirar partido das novidades, sobretudo se se vive, como era o meu caso, num meio familiar sem grandes preocupações económicas e rodeada de um agregado familiar aberto a mudanças.

Então que aconteceu de extraordinário nesses anos que faz com que ainda hoje se suspire de emoção….

Aqui vão alguns factos dos quais me lembro como se fosse hoje que marcaram essa década.

"Ben Hur"

Em Abril de 1960 é exibido o filme "Ben Hur", com Charlston Heston que conquista dez Oscars.





A Pílula



Ainda em 1960, a FDA (Food and Drugs Administration) - orgão dos EUA responsável por alimentos e medicamentos - aprova uma pílula contraceptiva que será posta à venda no segundo trimestre do ano seguinte.

Iuri Gagarin


Em 1961 a União Soviética manda o primeiro homem ao espaço sideral, ao pôr em órbita o major da Força Aérea Iuri Gagarin, 27 anos, e trazê-lo de volta à Terra em total segurança


O Muro de Berlim


Ainda em 61, aparece um muro de blocos [o Muro de Berlim], construído com espantosa rapidez entre os sectores Ocidental e Oriental de Berlim.



Bob Dylan


Em Setembro, um jovem compositor encanta Nova York.

Bob Dylan, então com 20 anos, inclui diversos estilos da música folk



Yves Saint Laurent
Vestido de Yves St Laurent baseado numa tela do pintor Mondrian

Em 1962, o estilista Yves Saint Laurent abre seu próprio atelier de moda em Paris, exibindo suas criações com muito sucesso


Marlyn Monroe


5 de Agosto a actriz Marilyn Monroe é encontrada morta na sua sua casa de Los Angeles, com um frasco de calmantes ao seu lado.
Trabalho de Andy Warhol, símbolo da pop art
O artista plástico norte-americano Andy Warhol faz as famosas pinturas de notas de dólares e de latas da sopa Campbell.

Em agosto, faz as primeiras serigrafias de Marilyn e em outubro, é incluído na mostra de arte pop, "The New Realists", realizada na "Sidney Janis Gallery", em Nova York.



1ª mulher no espaço
1963 - a União Soviética coloca a primeira mulher no espaço

John Kennedy




O presidente dos EUA, John Kennedy, é assassinado a 22 de novembro de 1963, quando desfilava em carro aberto pelas ruas de Dallas, no Texas (EUA).




Pouco depois dos tiros fatais, a polícia prendeu Lee Harvey Oswald e acusou-o do crime.




Oswald também foi assassinado em 26 de novembro, quando era transferido de prisão, por Jack Ruby, proprietário de um cabaré em Dallas.



Lyndon Johnson assume a presidência do país no lugar de Kennedy


The Beatles




1964
Após estrondoso êxito em Inglaterra no ano anterior, os Beatles viram febre também nos EUA.



Em 11 de fevereiro, o quarteto desembarca no aeroporto Kennedy, em Nova York.




A música "I Want to Hold Your Hand", atinge o primeiro lugar nas paradas norte-americanas

The Beatles foi uma banda de rock formada em
Liverpool, Inglaterra, no final da década de 1950. Formada por John Lennon (guitarra e vocal), Paul McCartney (baixo e vocal), George Harrison (guitarra e vocal) e Ringo Starr (bateria e vocal), obtiveram notoriedade até hoje inédita para uma banda musical.
Atingiram o primeiro lugar nas paradas de sucesso no mundo inteiro com composições próprias como "
She Loves You", "I Want To Hold Your Hand", "Can't Buy Me Love", "Help", "Yesterday", "Eleanor rigby", "Hey Jude", "All You Need Is Love" e "Let it Be" entre outras, atingiram o primeiro lugar nos top do sucesso no mundo inteiro




Em
1965, foram condecorados pela Rainha britânica com MBE (Member of The Order of The British Empire) por sua contribuição a música britânica.

Código dos direitos civis

Em julho 64, o mais completo código de direitos civis da história dos EUA torna-se lei com a assinatura do presidente Lyndon Johnson.


A lei proíbe a discriminação racial no emprego, em locais públicos, sindicatos e programas financiados pelo governo federal

Martin Luther King



Em Dezembro Martin Luther King recebe o prêmio Nobel da Paz, pela luta pacífica pelos direitos civis.



Jean Paul Sartre



O francês Jean-Paul Sartre ganha o Nobel de literatura, mas recusa o prêmio, que segundo ele, poderia vir a interferir em suas responsabilidades como escritor junto aos seus leitores


A Mini Saia


Na moda, a grande vedete dos anos 60 foi, sem dúvida, a minissaia. A inglesa Mary Quant divide com o francês André Courrèges a sua criação. Entretanto, nas palavras da própria Mary Quant: "A idéia da minissaia não é minha, nem de Courrèges. Foi a rua que a inventou".
Em 1965, o estilista francês André Courrèges mexe com a moda ao apresentar sua coleção primavera-verão, recheada de vestidos de linhas rectas, botas e aquela que viria a se tornar a vedeta da década, a minissaia
A minissaia agita a moda e muda hábitos.
A modelo Leslie Hornsby, conhecida por Twiggy, populariza a minissaia, difundida pela estilista inglesa Mary Quant.
Twiggy dá o toque final ao visual com pestanas postiças e meias coloridas.
Certa de que se manterá em forma enquanto continuar a tomar a pílula, a mulher se sente novamente livre, como nos anos 20.
A mini geralmente é usada com botas de plástico

Rolling STones

A música "Satisfaction" torna Os Rolling Stones super astros do rock, esta música chegou ao topo das paradas de sucesso, antes nos EUA [vendeu mais de um milhão de discos] do que na Inglaterra.


Os Hippies




Em 1967 cerca de 10 mil hippies juntam-se, em 26 de março, no Central Park, em Nova York.
O lema era "amor, música, sexo e drogas"


Em 1969 O Festival de Música e Artes de Woodstock foi o mais importante festival de rock and roll de sua época.
Realizado em uma fazenda em Nova Iorque, durante os dias 15, 16 e 17 de agosto de 1969.
Projetado para 50 000 pessoas, compareceram mais de 400 mil.
Provocou a maior das balbúrdias, as rodovias congestionadas e Bethel(local onde se realizou) foi ocasionalmente considerada "área de calamidade pública". O Festival de Woodstock representou um marco no movimento de contracultura dos anos 60, foi o auge da era hippie.
Neil Amstrong



O primeiro homem na Lua


O projeto Apollo começou de maneira trágica. Em 27 de janeiro de 1967, quando os astronautas da Apollo 1 testavam os equipamentos do módulo de comando, uma faísca provocou um incêndio. O interior da cápsula estava cheio de oxigênio puro, que é altamente inflamável, fazendo com que o fogo se espalhasse violentamente.


Morrem os três astronautas.
Em 21 de dezembro de 1968 a Apollo 8 foi a primeira nave tripulada a sair da gravidade da Terra, entrando em órbita lunar em 24 de dezembro.


Durante as dez voltas que deu em torno da Lua os tripulantes observaram possíveis futuros locais para pousar.


Nunca o ser humano havia estado tão longe. Faltavam agora apenas os testes com o módulo lunar antes de pisarmos na Lua.


A Apollo 9 testou manobras de separação e acoplamento na órbita da Terra, enquanto que a Apollo 10 completou os testes necessários para a descida do homem na Lua. O módulo de comando desta última ficou em órbita do satélite, enquanto dois de seu tripulantes, no módulo lunar, desciam a apenas 15 km da superfície da Lua.
Em 20 de julho de 1969, presenciáva-se uma das cenas mais emocionantes proporcionadas pela ciência.


Em todo o mundo cerca de um bilhão de pessoas assistiram pela televisão ao pouso do módulo lunar da Apollo 11, batizado de "eagle", no solo da Lua.


Duas horas após terem pousado, Neil Armstrong saiu da nave e entrou para a história como o primeiro homem a pisar na Lua, seguido por seu companheiro Edwin Aldrin.


Os dois passaram 22 horas na Lua, sendo dessas, 2 horas e 40 minutos fora da nave. solo lunar - 1ª pegada
AS MULHERES DA MINHA GERAÇÃO

………elogio profundamente merecido!


Hoje têm quarenta e muitos anos, inclusive cinquenta e tal, e são belas, muito belas, porém também serenas, compreensivas, sensatas e sobretudo diabolicamente sedutoras, isto, apesar dos seus incipientes pés-de-galinha ou desta afectuosa celulite que capitoneam as suas coxas, mas que as fazem tão humanas, tão reais.

Formosamente reais. Quase todas, hoje, estão casadas ou divorciadas, ou divorciadas e casadas, com a intenção de não se equivocar no segundo intento, que às vezes é um modo de acercar-se do terceiro e do quarto intento. Que importa?

Outras, ainda que poucas, mantêm um pertinaz celibatarismo, protegendo-o como uma fortaleza sitiada que, de qualquer modo, de vez em quando abre as suas portas a algum visitante.

Que belas são, por Deus, as mulheres da minha geração!

Nascidas sob a era de Aquário, com influência da música dos Beatles, de Bob Dylan, de Lou Reed, do melhor cinema de Kubrick e do início do boom latino-americano, são seres excepcionais.

Herdeiras da revolução sexual da década de 60 e das correntes feministas, elas souberam combinar liberdade com coqueteria, emancipação com paixão, reivindicação com sedução.

Jamais viram no homem um inimigo, apesar de lhe cantarem algumas verdades, pois compreenderam que a sua emancipação era algo mais do que pôr o homem a lavar a louça ou a trocar o rolo do papel higiénico quando este tragicamente se acaba.

São maravilhosas e têm estilo, mesmo quando nos fazem sofrer, quando nos enganam ou nos deixam.

Usaram saias indianas aos 18 anos, enfeitaram-se com colares andinos, cobriram-se com suéteres de lã e perderam a sua parecença com Maria, a Virgem, numa noite de sexta-feira ou de sábado, depois de dançar El Raton com algum amigo que lhes falou de Kafka, de Neruda e do cinema de Bergman.

No fundo das suas mochilas traziam pacotes de rouge, livros de Simone de Beauvoir e fitas de Victor Jara, e, ao deixar-nos, quando não havia mais remédio senão deixar-nos, dedicavam-nos aquela canção, que é ao mesmo tempo um clássico do jornalismo e do despeito, que se chama “Teu amor é um jornal de ontem”.
Falaram com paixão de política e quiseram mudar o mundo, beberam rum cubano e aprenderam de cor as canções de Sílvio Rodriguez e de Pablo Milanez, conhecerem os sítios arqueológicos, foram com seus namorados às praias, dormindo em barracas e deixando-se picar pelos mosquitos, porque adoravam a liberdade e, sobretudo, juraram amar-nos por toda a vida, algo que sem dúvida fizeram e que hoje continuam a fazer na sua formosa e sedutora madureza.

Souberam ser, apesar de sua beleza, rainhas bem educadas, pouco caprichosas ou egoístas. Deusas com sangue humano. O tipo de mulher que, quando lhe abrem a porta do carro para que suba, se inclina sobre o assento e, por sua vez, abre a do seu companheiro por dentro.

A que recebe um amigo que sofre às quatro da manhã, ainda que seja seu ex-noivo, porque são maravilhosas e têm estilo, ainda que nos façam sofrer, quando nos enganam, ou nos deixam, pois o seu sangue não é suficientemente gelado para não nos escutar nessa salvadora e última noite, na qual estão dispostas a servir-nos o oitavo uísque e a colocar, pela sexta vez, aquela melodia de Santana.

Por isso, para os que nascemos entre as décadas de 40 e 60, o dia da mulher é, na verdade, todos os dias do ano, cada um dos dias com suas noites e seus amanheceres, que são mais belos, como diz o bolero, quando está você.

Que belas são, por Deus, as mulheres da minha geração!


(escrito por Santiago Gambôa, escritor Colombiano)
Não resisti acho este texto lindissimo e resolvi publicá-lo.
Foi-me enviado por um grande amigo.

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